Principais técnicas de armazenagem: como trabalhar com estoques?

  • Técnicas de armazenagem incluem paletização, endereçamento, FIFO/LIFO, uso de tecnologia e estruturas específicas.
  • O endereçamento correto agiliza o rastreamento, reduz erros e melhora a precisão do inventário.
  • FIFO e LIFO impactam diretamente custos, validade, rotatividade e controle fiscal do estoque.
  • Estruturas de armazenagem adequadas ampliam espaço, aumentam segurança e adequam o armazém ao modelo operacional.

A armazenagem é responsável por organizar o fluxo interno de materiais do recebimento à estocagem, passando pela separação e expedição. Para aumentar o desempenho logístico, as empresas precisam adotar técnicas de armazenagem que tornem o armazém mais produtivo, seguro e previsível.

Essas técnicas combinam métodos, processos e recursos que reduzem erros, equilibram o uso do espaço e fortalecem a gestão operacional. A seguir, você encontra as principais práticas aplicadas nas operações modernas. Confira!

Paletização

A paletização, ou unitização, agrupa produtos em paletes individuais para facilitar a movimentação, aumentar a capacidade de armazenagem e acelerar a conferência dos itens. Como consequência, o fluxo logístico se torna mais rápido e organizado.

Alguns armazéns tentam verticalizar o estoque empilhando cargas diretamente no chão, formando torres. Entretanto, essa prática aumenta o risco de tombamento e danos. Por isso, a forma mais segura e eficiente de verticalizar o estoque é por meio das estruturas de armazenagem, como porta-paletes e porta-paletes dinâmicos que trataremos mais adiante.

Endereçamento de estoque

O endereçamento é uma das técnicas mais estratégicas para garantir rastreabilidade e precisão no estoque. Ele funciona como um “CEP do armazém”:

  • ruas identificadas por letras,
  • posições numeradas,
  • níveis determinados como andares,
  • e endereços completos para cada palete.

Com tudo identificado, ruas, níveis e posições, a localização se torna imediata. Para isso, use etiquetas, placas e códigos que facilitem a visualização.

Além disso, o ideal é registrar o endereço desde o recebimento, mantendo o inventário sempre atualizado. Para garantir padronização, utilize apenas um código (SKU) por item e mantenha descrições consistentes no sistema.

Operações FIFO (PEPS)

O método FIFO, ou “Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai”, prioriza a retirada dos produtos mais antigos. Ele é essencial para:

  • produtos perecíveis,
  • itens sujeitos a obsolescência,
  • e mercadorias com rotatividade elevada.

Entre os benefícios do FIFO estão:

  • maior coerência na avaliação do estoque,
  • preços de custo atualizados,
  • redução do nível de estoque e das perdas.

Além disso, o FIFO está alinhado com as regras de controle da Receita Federal, o que facilita auditorias e cálculos tributários.

Operações LIFO (UEPS)

O método LIFO, ou “Último que Entra é o Primeiro que Sai”, prioriza a retirada da mercadoria mais recente. Essa técnica funciona bem em estoques com alta rotatividade e itens com prazo de validade longo.

Ela pode ser aplicada a produtos como:

  • arroz, feijão e grãos;
  • itens de mercearia estáveis;
  • eletrônicos de reposição rápida.

Entretanto, o gestor deve acompanhar o desempenho do estoque. Caso os itens se acumulem além do ideal, é necessário migrar para FIFO para evitar perdas e queda de margem.

Técnicas de armazenagem com software de gestão (WMS e ERP)

Na era da Logística 4.0, o uso de sistemas deixou de ser opcional. O WMS (Warehouse Management System) é o software dedicado à gestão de armazém e automatiza tarefas como:

  • recebimento;
  • endereçamento;
  • picking;
  • estocagem;
  • expedição;
  • inventários.

Como resultado, o armazém ganha precisão, rastreabilidade e produtividade.

Outra solução eficiente é o ERP, que integra áreas como compras, vendas, estoque e financeiro. Muitos ERPs já incluem módulo WMS, permitindo uma gestão mais ampla do negócio.

Estruturas de armazenagem

As estruturas de armazenagem são essenciais para otimizar o espaço, verticalizar o estoque e dar suporte às operações de picking, separação e movimentação interna.

Quando o projeto não considera corretamente o fluxo operacional volume, giro, características da carga e tipos de movimentação o armazém perde eficiência, aumenta custos e reduz a produtividade.

A seguir, veja como escolher o sistema ideal.

Estruturas para operações FIFO

Cargas paletizadas:

  • Drive-Thru
  • Dinâmico (porta-paletes dinâmico)

Cargas pequenas e picking manual:

  • Flow Rack

Essas estruturas garantem que o primeiro palete ou caixa a entrar seja o primeiro a sair, mantendo a lógica FIFO.

Estruturas para operações LIFO

Cargas paletizadas:

  • Drive-In
  • Push-Back

Esses sistemas permitem armazenar com profundidade e favorecem operações onde o último a entrar sai primeiro.

Quando usar mais de um sistema no mesmo armazém?

Em muitos casos, o armazém precisa combinar diferentes tipos de estruturas. Isso ocorre quando:

  • há itens com características distintas;
  • o fluxo inclui picking e separação;
  • a empresa trabalha com produtos de tamanhos variados;
  • existe necessidade de conciliar FIFO e LIFO em zonas diferentes.

O diagnóstico técnico do armazém é o caminho mais seguro para definir o modelo ideal de cada área.

As técnicas de armazenagem têm impacto direto na produtividade, no custo operacional e na segurança do armazém. Quando aplicadas com estratégia, elas reduzem perdas, melhoram o uso do espaço e fortalecem a gestão logística como um todo.

Para descobrir qual combinação é ideal para a sua operação, é fundamental realizar um diagnóstico completo do fluxo, do mix de produtos e das demandas de movimentação.