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mrp ou just in time

Descubra as principais diferenças entre Just In Time e MRP!

As dúvidas entre os sistemas Just In Time e MRP são muito comuns no mercado. Conhecidos como ferramentas que podem auxiliar nos processos de produção com resultados significativos, as duas opções dividem similaridades e diferenças. 

Voltado para a eliminação de desperdícios, o JIT — sigla para Just In Time —, tem um foco voltado para a produtividade, tornando a empresa mais competitiva. Já o MRP — ou Material Requeriment Planning —, atua mais como uma forma de se obter o controle das operações por meio do planejamento.

Dentro do mesmo sistema produtivo, as duas abordagens podem se complementar por meio das diferenças. Por isso, neste artigo, vamos comparar o Just In Time e o MRP, abordando as principais distinções existentes entre ambos, assim como suas vantagens e desvantagens.

Ficou interessado? Então, leia este post e fique cada vez mais perto do crescimento orgânico da sua empresa!

Quais são as semelhanças entre Just In Time e MRP?

Antes de falar melhor sobre os prós e contras de cada sistema, acreditamos que reforçar as similaridades é a melhor forma de começar a abordar as diferenças entre ambos.

Sendo assim, na busca por aprimorar o processo produtivo, descartando desperdícios, o JIT utiliza esteiras invisíveis para ligar a rede de processos de suprimentos internos e externos. Dessa maneira, os componentes poderão se movimentar sincronizadamente com a demanda do consumidor final.

Ainda objetivando atender a mesma demanda projetada do consumidor, o MRP determina que peças e componentes só sejam produzidos de acordo com a necessidade.

Esse laço com o processo produtivo — em busca de tornar os processos mais ágeis, sem perder a qualidade — é a maior semelhança entre as abordagens. Apesar das diferenças na forma com que cada ferramenta desenvolve sua técnica para manter a excelência do processo produtivo, é interessante perceber o quanto elas se equivalem e se completam.

O MRP é excelente em planejamento, mas apresenta fraquezas na hora do controle. Enquanto isso, o JIT estabelece um controle de qualidade, mas já não é tão forte no planejamento.

A seguir, vamos analisar melhor cada conceito separadamente, e notar quais são as vantagens e desvantagens de cada um. Assim, ficará mais fácil para você enxergar como as duas abordagens podem montar a combinação ideal.

O que é o Just in Time?

O termo “just in time” significa “no momento certo”. O nome já diz tudo: trata-se de uma abordagem de administração da produção na qual tudo deve ser produzido, comprado e transportado no momento certo.

Originado da produção por demanda, esse conceito determina que é preciso vender o produto antes de comprar a matéria-prima. A partir de então, a empresa pode dar início à fabricação ou à montagem.

Principais características

Estoque zero

Uma das características desse modo de operação da produção é a ausência de estoque parado, já que o produto ou matéria-prima só chega ao local de utilização na hora de ser produzido ou montado, evitando desperdícios.

Produção forçada

O Just in Time é sempre lembrado pela produção forçada, na qual o material nunca deverá ser solicitado sem que haja a real necessidade de utilização. É por isso que a demanda deve ser precisa e firmada antes mesmo da produção acontecer, para que não haja variável alguma entre o tempo de produção até a entrega do produto ao cliente final.

Layout de acordo com a sequência de processos

Uma produção JIT dispensa perdas de tempo de processo, o que exige que as máquinas a serem utilizadas estejam dispostas de forma sequencial, evitando ao máximo a perda de tempo com a movimentação do operador.

Uma peça é produzida por vez e os operadores são multifuncionais, pois a operação não pode parar. Sendo assim, qualquer problema que ocorra em parte do processo, outro operador pode assumir a função.

Níveis de refugos, setup e quebras de máquinas não são vistos no JIT como normas de processo. A abordagem investiga o motivo de cada acontecimento, oferecendo aos gestores um novo prisma para enfrentar os gargalos da produção.

Vantagens e desvantagens

Como vantagens do sistema, podemos citar o aumento da qualidade do produto e a flexibilidade de resposta. Isso porque um dos principais objetivos do JIT é impedir que existam defeitos na produção.

Quando eles ocorrem, não são ignorados, mas investigados e eliminados por inteiro, aumentando também a confiabilidade das entregas. Já a flexibilidade é resultado da redução do tempo envolvido no processo.

O baixo nível de estoques faz com que o tempo de vida do ciclo de produção seja curto, acelerando o fluxo. Portanto, a velocidade é outro benefício tangível, assim como as reduções de custo relacionados ao estoque e superprodução. O JIT se destaca também pela prática de diferenciação dos produtos na montagem final e pelo bom progresso do Lead Time.

Como desvantagens, podemos citar a necessidade de demanda estável para equilibrar o fluxo, que acaba correndo contra a realidade do mercado oscilante. Além disso, quando há muita variedade de produtos, o roteiro de produção pode acabar sendo mais complexo. 

Há também o risco de interrupção da produção, ocasionado pela falta de estoque.

Utilização recomendada

O sistema JIT é recomendado para empresas que tenham a possibilidade de trabalhar com demandas fixas e pouco variáveis. Quando um cliente não consegue firmar uma ordem de produção diária, o JIT já não é a melhor opção.

Além disso, quando a empresa trabalha com muitos componentes críticos — como materiais importados, por exemplo —, trabalhar com estoque de segurança é indispensável. Nesse caso, o JIT também não pode ser aplicado.

A localização dos fornecedores é importante para o JIT, pois as entregas devem ser frequentes, visto que o objetivo é não ter estoque. Se a distância é grande, os custos de transporte tendem a ser muito altos, inviabilizando o negócio.

O que é o MRP?

Desenhado com o objetivo de otimizar a gestão do estoque e diminuir custos, o MRP, que pode ser traduzido do inglês como “planejamento das necessidades de materiais”, é um sistema computadorizado para controle de inventário e produção.

Para conseguir prever as vendas conforme os pedidos em carteira, esse sistema deve estar ligado ao departamento comercial, ao mesmo tempo em que tem relação com a entrada de materiais — já que ele mostra para o gestor quais os momentos em que os níveis estão muito baixos. Podemos dizer que um MRP é alimentado por:

  • dados sobre o calendário de produção;
  • política de lotes mínimos e máximos;
  • estoque de segurança;
  • base de clientes recorrentes.

Como saída, ele distribui os dados exatos sobre o plano de produção, compra de matéria-prima e índices de performance.

Por isso, diante da instabilidade da utilização de algum material ou componente durante o ciclo normal da empresa, o MRP surge como a melhor opção para contornar o problema.

Principais características

Demanda projetada

O MRP será programado por meio das previsões de demanda. Não é necessário que os releases dos clientes sejam fixos, o que torna a produção pelo sistema mais flexível. Porém, as demandas precisam ser analisadas de forma precisa, visto que uma falha nessa etapa pode gerar prejuízos.

Necessidades exatas de materiais

Com os parâmetros de estoque de segurança e lotes mínimos e máximos, o MRP permite que sejam enviados aos fornecedores a quantidade exata de materiais, melhorando o gerenciamento de custos de estoque.

Cálculos a partir da estrutura do produto

Para que o MRP funcione corretamente, a lista de materiais do produto deve estar atualizada e com as quantidades certas de cada componente, pois o sistema fará os cálculos a partir dessa informação.

Vantagens e desvantagens

Uma das grandes vantagens do MRP é que ele, de fato, ajuda a controlar melhor tanto a produção quanto as encomendas.

Ele assume a responsabilidade de integração de diversas áreas funcionais do negócio, estabelecendo uma estrutura formalizada de dados e processos. Além disso, também pode simular demandas de compra e venda.

Apesar de ser seguido por ótimas premissas, como a otimização do estoque e a redução de custos, o MRP também apresenta certas desvantagens. Por obrigar a empresa a comprar quantidades menores de maneira mais frequente, ele não ajuda a melhorar os custos de aquisição (ainda que, de certo modo, facilite a compra).

Por conta disso, o estoque de segurança passa a ser menor do que o habitual, diminuindo as vantagens em torno da abordagem.

Utilização recomendada

O MRP é fundamental para empresas que trabalham com componentes de fornecedores que estejam distantes de sua localização, pois, nesse caso, as entregas são menos frequentes e o sistema permite que haja estoque dentro da fábrica.

Esse sistema também é mais indicado quando a demanda for muito variável e quando a empresa dispuser de fornecedores de risco, situação que exige um estoque de segurança bem definido para evitar rupturas de estoque e paradas de linha.

O principal objetivo, ao se definir um sistema de produção, é buscar os melhores resultados, tanto de qualidade para o cliente como de retorno financeiro. Por esse motivo, a definição do sistema de produção de uma empresa deve ser feita de forma estratégica e bem fundamentada.

A visão para escolher entre Just in Time e MRP deve ser observada de forma holística, e toda a cadeia de suprimentos deve ser considerada. Cada negócio possui características diferentes características que vão definir qual abordagem deve ser seguida.

Além disso, vale a pena aprender a combinar diferenciações, sempre que possível, para se obter melhores resultados. Afinal, tanto o sistema JIT quanto o MRP possuem vantagens e desvantagens que devem ser levadas em conta no momento de escolha.

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